Shadows
(1959)
O primeiro longa do ator e diretor John Cassavetes (1929-1989).
Ao ler a sinópse, surpresa: o filme é um improviso. Não fosse pelo ligeira desconexão da trama como um todo (lembrando filmes mais contemporâneos do Mike Leigh, que certamente foi influenciado em algum grau por Cassavetes), seria difícil concluir sobre a ausência do roteiro em um primeiro momento.
Partindo apenas de improviso de atores selecionados, nascem os personagens e uma pseudo-trama é construída à partir da interação entre eles. O resultado é visível: todos os personagens carregam grande força e estilo. Ben é um jovem instrumentista vagante, Lelia é uma socialite e Hugh é um cantor em decadência. O laço entre os três irmãos (Ben, Lilia e Hugh) é tocante e intenso, oscilando entre afeição e intolerância, típico em pessoas vivendo ao extremo. O mesmo vale para Hugh e seu empresário, e também para Ben e seus amigos - culminando na cena da briga mal-sucedida: uma demonstração amor e ignorância solidária, ao mesmo tempo honrosa e patética.
O filme exala como poucos o sentimento 'cool' do cenário alternativo, realçado por uma trilha jazz de primeira qualidade. Ben, apesar de não poder ser considerado personagem mais central que os outros, é a verdadeira personificação desse sentimento, e o ator que o retrata, Ben Carruthers (morto em 1983), merece menção especial.
Tratando-se de um filme tão antigo e tido como revolucionário, é uma pena conseguir assisti-lo somente 55 anos depois de seu lançamento, e já um tanto deteriorado (principalmente o som).
Condições da exibição: DVD próprio, na minha casa...
O primeiro longa do ator e diretor John Cassavetes (1929-1989).
Ao ler a sinópse, surpresa: o filme é um improviso. Não fosse pelo ligeira desconexão da trama como um todo (lembrando filmes mais contemporâneos do Mike Leigh, que certamente foi influenciado em algum grau por Cassavetes), seria difícil concluir sobre a ausência do roteiro em um primeiro momento.
Partindo apenas de improviso de atores selecionados, nascem os personagens e uma pseudo-trama é construída à partir da interação entre eles. O resultado é visível: todos os personagens carregam grande força e estilo. Ben é um jovem instrumentista vagante, Lelia é uma socialite e Hugh é um cantor em decadência. O laço entre os três irmãos (Ben, Lilia e Hugh) é tocante e intenso, oscilando entre afeição e intolerância, típico em pessoas vivendo ao extremo. O mesmo vale para Hugh e seu empresário, e também para Ben e seus amigos - culminando na cena da briga mal-sucedida: uma demonstração amor e ignorância solidária, ao mesmo tempo honrosa e patética.
O filme exala como poucos o sentimento 'cool' do cenário alternativo, realçado por uma trilha jazz de primeira qualidade. Ben, apesar de não poder ser considerado personagem mais central que os outros, é a verdadeira personificação desse sentimento, e o ator que o retrata, Ben Carruthers (morto em 1983), merece menção especial.
Tratando-se de um filme tão antigo e tido como revolucionário, é uma pena conseguir assisti-lo somente 55 anos depois de seu lançamento, e já um tanto deteriorado (principalmente o som).
Condições da exibição: DVD próprio, na minha casa...